Esse foi seu primeiro livro como poeta, de 1940, composto inteiramente de 35 sonetos. Nessa obra Quintana se mostra um poeta nostálgico, com lembranças da infância, com olhar para uma rua imaginária, o qual varia entre a ironia e a melancolia.
A Rua dos Cataventos - II
Dorme, ruazinha... E tudo escuro...
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Dorme o teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos
Dorme... Não há ladrões, eu te asseguro...
Nem guardas para acaso persegui-los...
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos...
O vento está dormindo na calçada,
O vento enovelou-se como um cão...
Dorme, ruazinha... Não há nada...
Só os meus passos... Mas tão leves são
Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração...
Deve ser um livro bem legal. Vou procurá-lo na minha próxima visita à biblioteca! Parabéns pelo blog. Bruno
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